2.4.08

Damas que gostamos de ver: Laura Glaess

(texto publicado inicialmente no blog Mulheres no Salão, ligeiramente adaptado)

Quando crescer, quero ser que nem ela :)

Você está lendo este blog em português, você provavelmente chegou aqui por mim ou pelo Lindy Hop Rio ou por algum link externo. Você pode ser apenas um curioso por lindy hop, ou pode já ter uma baita história e experiência nesse assunto. Mas, se você nasceu por essas bandas daqui, você provavelmente sabe mexer os quadris desde criança. No entanto, se você leva uma vida de adulto padrão, de ficar sentado(a) o dia todo num escritório, você se condicionou a não mexer muito da cintura pra baixo. Mesmo se você dança, dependendo da modalidade, o requebro vem sempre estudado e fazendo parte de algum passo. Quando você começa a aprender dança, você não pode sair assim, requebrando feito uma cabrocha na avenida, indiscriminadamente - primeiro a gente aprende a condicionar, a fazer "como se deve", e conforme vamos ficando mais seguras, vamos botando nosso estilo na dança. E aí, ninguém segura.

O lindy hop não tem jeito, é uma dança BEM americana do começo do século passado, e era uma dança afro-americana até os brancos descobrirem e gostarem. A maioria dos registros da dança na época vêm de filmes ou apresentações - ou seja, o que a gente vê foi coreografado por alguém para uma exibição, e não era o que realmente se dançava nos salões. Pior: muito provavelmente foi coreografado por um branco sem swing, e é baseado nesses registros que as gerações posteriores de dançarinos aprenderam e ensinaram. Você tem o passo, você sabe a dança, você domina a técnica, mas se você não tem swing, não fica tão bom. Infelizmente, swing (ou suíngue, como preferir) não se ensina. Você pode até aprender tecnicamente como se balança, mas se você não tiver a música dentro do teu corpo naquele momento... vai ser um balancinho muito do fajuto. Mas funciona, vá lá.

E a Laura Glaess, texana da gema, tem tudo isso, tem a técnica, tem swing. Essa é a Laura dançando lindy hop:



Gosto do estilo dela - ela mantém uma elegância e, ao mesmo tempo, um clima de "estou me divertindo horrores fazendo isso aqui". Americana nata, Laura Glaess não tem o menor medo de mexer os quadris como uma brasileira.

Mas uma brasileira elegante.

Aqui você vê que mesmo com uma música mais rápida, onde, ao menos para o lindy hop, você acaba pulando mais, ela não perde o jeito. E quando a música muda de andamento, ela dá um show:



Agora, é nesse vídeo que você vê como Laura segue bem qualquer coisa. A música é um jazz com uma baita levada de tango e blues, e Laura Glaess está lá, seguindo. Mas o cachorro, sem dúvida, é a melhor parte:



Por fim, um lindyzinho só por diversão, sem compromisso:



E Laura continua lá, com estilo e, ao mesmo tempo, completamente relaxada e à vontade com o que está fazendo.

Como eu disse lá no começo do post, quando crescer quero dançar igual a ela - o que não quer dizer, em absoluto, que eu queira dançar exatamente como ela. É esse à vontade e ao mesmo tempo, sabendo o que está fazendo, sem perder o requebrado, que eu tou procurando.

E você? Que bom exemplo de dama você me recomenda? Me mostra uma boa dama de outro estilo, porque apesar de dançar um pouquinho de cada um, conhecer mesmo eu só conheço esse.

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